
A namorada e o namorado
Ela tinha um namorado, que não conseguia fazer surpresas, suas idéias originais eram sempre as melhores, mas sempre pensava demais e, na hora do vamos ver, dava tudo errado.
A primeira vez foi no aniversário dela, do ano de 2007. Ele combinou uma festa surpresa com os amigos dela, como ela cochilou depois do banho, de roupa trocada, maquiada e saltos altos a espera ao lado da cama, ele achou que fosse uma má idéia acorda-la. Nesta altura da noite, ela já havia descoberto a má trama do namorado, sentiu raiva e tristeza, pois não entendia como poderia ter combinado uma festa surpresa de aniversário e, simplesmente, desiste de levá-la porque chochilou. Ela deve ter viajado e preservado as mirações de mais uma passagem de ano sozinha, sem entender o porquê dele não ter completado o plano.
A outra vez, foi depois de um ano recheado de cobranças, descobertas, noites, chuva, vento, sol, calor, brigas, escândalos, girassóis da Grafton Avenue, prduções fotográficas, viagens a dois, um quarto de hotel na Alemanha, malas, comunicação
online. Mais um aniversário chegou, desta vez eles estavam em outro lugar, já haviam passado por diversas provações e estavam para alcançar o que não esperavam. Ele tentou fazer outra festa surpresa para ela, mas o universo não deixou. Aconteceu uma festa no mesmo dia, para onde foram juntos.
A namorada, que não bebe, bebeu. Vomitou às 5 horas da manhã, achou que sua cabeça fosse bater no estômago e explodir para a cabeça acima. Depois de gozar de um domingo de ressaca, sarou. Na tão esperada terça, péssimo dia para celebrar um aniversário, o namorado empenhou-se nos preparativos, mas precisou da ajuda da namorada para resolver a logística do dia. Deu tudo certo depois de alguns trancos e barrancos. Talvez seja porque fazem as coisas juntos há algum tempo e não conseguem mais fazer diferente, vai saber? A verdade é que são dois arredios, claro de se ver. Ele, tem cara desses que nunca fica durante muito tempo com alguém e ela, sei que já negou 3 pedidos de casamento, inclusive, mandou prender um dos pretendentes. Mesmo assim ele decidiu encomendar um anel. Tudo foi conversado com a namorada anteriormente, ele diz que ela é brava, acredito que o namorado não ariscaria sem consultá-la.
Agora voltamos a surpresa. A namorada fez as ressalvas de design cabíveis a ela sobre a descrição dada pelo namorado, visto que um anel de casamento é para sempre, mesmo que se separem o anel contiua firme e o diamante nunca perde o brilho, tem que ser da melhor qualidade. Finalmente o tal anel ficou pronto, ele tentou esconder a data do pedido, quase deu certo. Tinha o livro Maria Antoinete na cama dela, de certo, para dsitraí-la, leu dois parágrafos e desceu para agradecer o namorado pelo presente. Lá havia um caminho com velas e ela. Em sua mão direita segurava seus óculos, bukowski e, em sua mão esquerda um fininho, para a confraternização de sexta à noite, depois da semana trabalhada e, em seu corpo, pijamas. Ela pensou num segundo: ele vai me pedir em
casamento, vou voltar. Ela diz que só pensou no absurdo de não estar vestida propriamente, mesmo assim, continuou, provavelmente para ver no que dava. Encontrou-o meio lá e cá, sem saber se ia resgatá-la ou se ajoelhava-se no chão com uma caixinha preta em suas mãos. Ajoelhou. Foi nessa hora que se fez o verbo: Quer casar comigo? Ela hesitou e disse “sim, se eu não estive com as minhas mão ocupadas e vestindo pijama”. Foi um não bem discreto, com certa classe, tanto que ele nem ficou chateado, mesmo assim, ela provou o anel, testou em ambas mãos, ficoum pouco grande, mas o design resultou no que haviam imaginado. Ele amou mais o diamante que ela, ela amou as cores que refletiam dele.
O resto da noite foi ele namorando o diamente, que sempre foi contra a história publicitária por traz disso e ela reclamando que não foi uma surpresa boa, até deu uma idéia: Por quê não escondeu dentro do livro que me deu? Livro, cama, pijamas, pelo menos estçao no mesmo clima.
Ele desacreditou, porque essa foi a primeira idéia dele. E por aí vai… O molho ao sugo picante dele complementou os dumplins de 3 grãs e ervas dela. O diamante do anel foi escolhido, porque é a pedra comum do zodíaco dos dois. As havaianas dele são azuis, as dela são vermelhas, as duas cores juntas formam violeta. Desses dois, especificamente, se pegar pela simplicidade, acho que tudo desenvolve.

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